Quando eu te conheci - primeiro capítulo
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Capítulo 1
Capítulo 1
Nicholas
Rarsom se preparava
para as festas daquele final de ano, e naquela tarde de domingo saiu andando pela cidade à procura de presentes
para seus pais e seu sobrinho
Henry. Estacionou
seu carro em uma rua no centro da cidade e caminhava
olhando as vitrines,
pensando
em algo que pudesse agradar sua mãe; não que ela fosse exigente
demais, na verdade, não se importava
com detalhes,
mas Nicholas
não queria dar a ela algo que não tivesse utilidade
alguma, como aqueles objetos de decoração,
que ela não tinha nem mais espaço para colocá-los. Quando ele estava caminhando
pensou ter visto logo a sua frente uma pessoa que o remeteu a um passado distante.
Apertou um pouco o passo e teve certeza de que era Kate, a mesma menina por quem ele havia se apaixonado
ainda no colegial.
Agora era uma mulher, linda, com seus cabelos ruivos caídos nos ombros e pele clara.
Nicholas
chamou-a pelo nome, mas ela não ouviu, gritou duas vezes, e não apenas ela, mas todos os que estavam por perto olharam para ele. Apesar disso ela se virou e continuou
a caminhar
acreditando
que aquilo não era com ela, foi então que ele correu e a alcançou
tocando em seu braço. Quando ela se virou Nicholas
viu novamente
o brilho daqueles
olhos castanhos
o evolverem
em um mar de lembranças.
—
Kate! Não se lembra de mim? — perguntou
Nicholas.
—
Desculpe
moço, deve haver algum engano. Eu me chamo Chloe. Deve estar me confundindo
com alguém, eu não o conheço.
Nicholas
ficou confuso, não poderia ter se enganado
daquele jeito. A última vez que viu Kate ela estava com doze anos, e agora deveria estar com vinte e dois; a fisionomia
era a mesma, só o corpo que agora era de mulher. E que mulher linda.
—
Impossível.
Você é a cara da Kate — disse ele com toda convicção
possível.
—
Se não acredita,
olhe meu documento
— disse ela mostrando
seu documento
que estava na bolsa.
Nicholas
olhou e viu que ela dizia a verdade, seu nome era Chloe, mas isso não o deixou totalmente
satisfeito.
—
Suponho então que você tem uma irmã gêmea? Só pode ser isso.
—
Não, moço. Sou filha única e, como já disse, não conheço nenhuma Kate — disse ela, já bastante
irritada.
—
Tudo bem, se acalme. Está bastante
frio, podemos conversar
um pouco em um local mais quente? — perguntou
ele.
—
Está bem, mas não tenho muito tempo a perder.
Nicholas
e Chloe entraram
no café que ficava mais próximo e sentaram-se à mesa para conversar.
—
Prazer, meu nome é Nicholas
Rarsom, estudei com você, ou melhor, com uma garota que era idêntica
a você. Ainda não estou acreditando
que você não é a Kate. Diga-me, onde nasceu?
—
Nasci aqui mesmo, em Los Angeles, nunca morei em outro lugar que não fosse aqui. Meu nome é Chloe, portanto,
não sou a garota que você procura — disse ela.
—
Você nunca morou em São Francisco?
—
Foi o que acabei de dizer. Nunca, já estive lá apenas a trabalho,
mas isso foi no ano passado. Já disse, você deve estar me confundindo
com alguém. Quantos anos tinha esta garota quando a viu pela última vez?
—
Doze anos, eu estava dois anos à frente dela no colégio e sempre tive um sentimento
inexplicável
por aquela menina, mas a diferença
de idade impediu que eu me aproximasse
dela. Eu continuei
naquele colégio, mas Kate ficou lá apenas naquele ano, depois disso nunca mais a vi. Quando lhe vi pensei que eu tinha a encontrado
novamente.
—
Em que ano aconteceu
isso? — perguntou
Chloe.
—
Dez anos atrás, hoje Kate deve estar com vinte e dois anos.
—
Esta também é minha idade, mas isso não passa de uma simples coincidência.
Já imaginou
quantas pessoas nasceram
no mesmo ano que eu?
—
Sei disso, mas o que me impressiona
é a sua semelhança
com Kate. Ainda não consigo acreditar
que não estou olhando para ela.
—
Muito bem, a conversa
está boa, mas agora preciso ir, tenho compromissos
para resolver.
—
Você pode me deixar o seu número de celular? — disse Nicholas.
—
Qual é a sua intenção?
Já disse que não sou essa tal de Kate que você conheceu
na adolescência
— disse Chloe, parecendo
irritada
novamente.
—
Sei que você está falando a verdade, mas em outra oportunidade
gostaria
de continuar
essa conversa.
—
Já percebi que não vai me deixar em paz se não lhe der esse número. Anote o número em seu smartphone
— disse Chloe.
Depois de salvar o contato e conferir
que Chloe havia lhe passado o número correto, os dois se despediram
e Nicholas
foi ao shopping
para terminar
de fazer as compras para o Natal.
Enquanto Nicholas fazia as compras, ficou pensando:
“Como poderia existir alguém tão parecida
com Kate. Será que ele poderia estar enganado,
afinal já haviam se passado dez anos, e a fisionomia
dela poderia não ser igual à de Chloe. A única lembrança
que ele tinha era a que estava em sua memória, talvez ele realmente
estivesse
enganado.”
Ao chegar em casa Nicholas
colocou os presentes
próximos
à árvore de natal que estava na sala, como sempre sua mãe caprichava
na decoração.
Nicholas
sempre dizia que era a árvore mais bonita do bairro, e sua mãe ficava toda orgulhosa.
A mãe de Nicholas
se chamava Ellen e cuidava apenas da casa, sempre se dedicou aos filhos e ao marido e, por isso mesmo, os conhecia
melhor do que ninguém e percebeu
que seu filho estava estranho.
—
Aconteceu
alguma coisa, Nicholas?
—
Não mãe, não aconteceu
nada demais. Porém, uma coisa me deixou bastante
intrigado.
—
Então me diga o que é.
—
Podem existir pessoas completamente
parecidas
sem que elas sejam irmãs ou no mínimo parentes?
—
Existem algumas pessoas que têm semelhança
mesmo não tendo nenhum grau de parentesco,
mas completamente
parecidas
eu acho difícil. Mas por que essa pergunta?
—
Hoje, quando estava andando por aí à procura de presentes,
encontrei
uma moça e poderia jurar que era Kate, uma menina que estudou no mesmo colégio que eu dez anos atrás, ainda em São Francisco.
Mas, quando me aproximei,
ela me disse que se chamava Chloe, que não me conhecia
e que nunca morou em São Francisco.
Ela mostrou-me o documento,
então sei que ela me disse a verdade.
—
Talvez você tenha se enganado,
meu filho, afinal se passaram
dez anos e você nunca mais viu essa garota.
—
Talvez, realmente
faz dez anos que não a vejo, mas mesmo assim algo me deixou inquieto.
Eu tinha uma queda pela Kate, mas nunca assumi isso por achar que ela era muito jovem para mim. Hoje, quando encontrei
esta moça, senti a mesma coisa que eu sentia quando olhava para Kate; então, depois descobri
que ela era a Chloe.
—
Meu filho, talvez seu subconsciente
lhe traiu, você queria muito ver esta garota novamente
e pensou que fosse esta moça. Você lembra qual era o sobrenome
dela?
—
Da Kate?
—
Sim.
—
Não mãe, não me lembro.
—
Se soubesse
o sobrenome
dela poderia descobrir
se realmente
elas não são parentes.
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Ainda faltavam
cinco dias para o Natal, naquele domingo a família estaria reunida. Sua irmã Lauren, seu cunhado James e seu sobrinho
Henry almoçariam
em sua casa. Logo
pela manhã seu pai Robert temperou
um suculento
pedaço de carne e o deixou pronto para ir ao forno, era sua especialidade.
Não era almoço de família se ele não preparasse
a carne.
Por volta das dez da manhã o carro parou em frente ao jardim e Lauren desceu do carro pegando Henry, que estava na cadeirinha
no banco traseiro.
Como sempre ela estava sorridente,
e agora ainda mais, pois Henry havia acabado de aprender
a andar.
—
Olá minha irmã, como vai?
—
Tudo bem, e você, como está?
—
Ótimo. E meu sobrinho
querido, já está correndo
por aí — disse Nicholas,
pegando Henry em seu colo.
—
Olá James, tudo bem. Logo vocês já podem arranjar
outra criança — disse Nicholas.
—
Não vamos exagerar,
quando Henry tiver uns três anos quem sabe, mas por enquanto
vamos dar um tempo. Você é que precisa arranjar
uma namorada.
Já terminou
a faculdade
e já tem um ótimo emprego, ou pretende
continuar
a vida inteira solteiro?
—
Não, nem penso nisso. Ainda não encontrei
a garota certa, ou melhor, talvez eu já tenha a encontrado,
mas não dei a importância
necessária
— disse Nicholas
se referindo
a Kate, a menina por quem ele se apaixonou
no colégio.
Como sempre o almoço estava muito bom e a carne muito bem preparada.
Depois que todos almoçaram
e sentaram-se na varanda, Nicholas
puxou o assunto com sua irmã Lauren.
—
Lauren, você tem lembranças
daquela menina que eu gostava quando estávamos
no colégio?
—
A menina ruiva? — perguntou
ela.
—
Sim, essa mesma. Ontem eu estava andando por aí e encontrei
uma moça que eu poderia jurar que era a Kate, mas quando me aproximei
descobri
que era outra pessoa. No entanto, quando a vi senti a mesma coisa que estivesse
olhando para Kate.
—
Não é irmã gêmea dela?
—
Não, ela me garantiu
que não tem irmã e que nunca morou em São Francisco.
—
Mas por que este súbito interesse
em encontrar
Kate novamente?
— perguntou
sua irmã.
Nicholas
franziu o cenho.
—
Não estou, ou melhor, não estava esperando
vê-la novamente,
mas o fato de encontrar
esta pessoa tão parecida
me fez perceber
que ainda sinto algo por Kate. Fiquei frustrado
quando descobri
que não era ela.
—
Isso quer dizer que você ainda gosta dela?
—
Não sei, faz dez anos que não a vejo. Gostaria
de encontrá-la novamente.
—
Então a procure, quem sabe ela ainda está solteira.
Mais tarde, depois que todos foram embora, Nicholas ficou pensando se tinha algum sentido ele ir atrás de Kate. Ele sabia por onde começar, mas sabia que era provável que pudesse encontrar uma Kate totalmente diferente daquela que ele imaginava, talvez se arrependesse de tentar. Também não seria uma tarefa muito fácil, pois precisaria viajar até São Francisco em busca de informações para começar a busca.
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